O inferno na terra

Quem fala o que quer, ouve o que não quer. Essa máxima sempre me vem à cabeça quando, vejo um discurso claramente distinto da realidade. Ou o palestrante é dissimulado ou realmente é sem noção. Qual dos dois é o presidente? Ele vai discursar novamente na ONU e deve trazer o BI para uma fala completamente fora da realidade. Recentemente, o nosso presidente negacionista, depois de ter que arremeter o voo por causa das queimadas no pantanal, discursou: "O Brasil está de parabéns pela maneira como preserva o seu meio ambiente". E será mesma coisa em seu discurso na ONU esta semana. Acho que os países pelo mundo todo não engolem essa, como engolem aqui no Brasil, afinal os dados que podem pegar da NASA ou INPE ou até de satélites, mostra o quanto está ardendo com gravidade o Pantanal, como se não bastasse a Amazônia.

É bem verdade que temos um momento de seca e de poucas chuvas, por conta do aquecimento global, que hoje é uma realidade. As queimadas serão mais frequentes e o planeta está mudando completamente seu clima para pior. O que antes era acontecimentos futuros, já chegou, mas como agravante o próprio homem. Então, se temos esse problema que geramos, quando intencionalmente botamos fogo nas matas, aquilo será potencializado a ponto de ter um desastre ambiental de proporções gigantescas, a ponto de já sentirmos no Sudeste as ações criminosas no Mato grosso e moradores no Rio Grande do Sul coletam água da chuva escura, uma relação direta com as queimadas no Pantanal. Em Curitiba o céu ficou atabalhoado com a fumaça das queimadas. As chuvas escassas são sentidas no país inteiro. E isso não minimiza, como muitos defensores gostam de falar, das intenções do presidente e seu ministro do meio ambiente, contra a natureza, afinal, recentemente, Ricardo Salles disse que o que falta na região é mais gado, o que ajudaria, na visão dele, para comer o capim seco.

A cumplicidade do Ministro Salles, que derrubou 29 portarias e uma norma e que aproveitou a pandemia para passar a boiada em desmonte no meio ambiente é do presidente, que desde as eleições já dizia que índios não terão mais nenhum pedaço de terra e daqueles que apoiaram o governo na área rural que estão festejando e botando fogo em tudo o mais rápido possível. A PF já identificou os fazendeiros que tacaram fogo intencional se aproveitando de como fizeram na Amazônia com o dia do fogo, em que Bolsonaristas não satisfeitos com a existência de biomas, quer transformar áreas em pastos, soja, adquirir terras ilegalmente da união, das áreas indígenas gerando um genocídio de proporções galopantes.

A frase do presidente: "O Brasil está de parabéns pela maneira como preserva o seu meio ambiente", não condiz até com sua prática. Fora suas intenções, ele retirou todos os investimentos de combate as queimadas, não colocou nenhuma prática de contenção, não disponibilizou os militares e recursos emergenciais para tal e ainda quer extirpar as ONGs que trabalham incansavelmente da face da terra. Apenas as ONGs e instituições ambientais estão no combate às queimadas no Pantanal.

Não existe registros do que está acontecendo hoje, com a anuência do governo, na história do país. Tudo visando apenas lucro de poucos. E aí está a chave de tudo. Esses poucos é que sustentam as ações de Bolsonaro na dilapidação total do Brasil. Não se importam com nada exceto lucro. Garimpos cada vez maiores, loteamento ilegal, crescimento do pasto, são uma pequena parte do prejuízo para flora, fauna, população ribeirinha e indígenas. E como a cadeia de prejuízos não é só local, o país segue com problemas que ainda serão vistas mais adiante no ar que respira e na consequente falta de água potável. Isso sem falar no planeta inteiro que irá ter o aquecimento acelerado agora.

Estamos vendo essa destruição ou como disse o Ministro Ricardo Salles disse que a culpa do aumento das queimadas na Amazônia e no Pantanal é da “visão ideológica”?